Campanha global Stranger Things como estratégia multiplataforma.
A Netflix redefiniu o papel do marketing de entretenimento, criando uma campanha que extrapola a mídia tradicional e cultura pop.
O fenômeno e o contexto.
Stranger Things deixou de ser apenas uma série para se tornar um verdadeiro fenômeno cultural, atravessando gerações e consolidando sua fanbase fiel da cultura pop recente. A última temporada chega em três partes, lançadas ao longo de semanas, o que estende naturalmente a janela de atenção e cria oportunidades contínuas de marketing.
Do ponto de vista estratégico, isso significa múltiplos pontos de contato com o público, uma jornada de funil estendida e necessidade de criar experiências que sustentem até o último episódio.
Branding forte como alicerce para uma campanha de multiplataforma, com ativações que não ficam só no digital, mas ocupam ruas, diferentes produtos, redes sociais e, claro, o imaginário coletivo.
Estratégia global: como “invadir” o mundo real.
Para transformar a temporada final em um acontecimento mundial, a Netflix apostou em uma campanha global.. Uma das principais ativações foi o “Global Rift Takeover”, uma série de instalações físicas que simulavam portais do mundo invertido em pontos turísticos de cidades como Nova York, Milão, Cracóvia e Sydney.
A ação atraiu milhares de pessoas presencialmente e gerou centenas de milhões de visualizações nas redes sociais, experiência de marca que ultrapassa limites do entretenimento tradicional.
Ativações no Brasil: presença local inteligente.
No Brasil, as ativações ganharam contornos únicos e criativos, adaptadas à cultura local e ao comportamento do consumidor. A Nestlé, por exemplo, lançou produtos da linha ChocoBakery com embalagens temáticas da série, incluindo promoções especiais nos pontos de venda.
A Pringles apostou em latas colecionáveis com sabores “do mundo invertido” e experiências de realidade aumentada acessadas por QR codes. A Fiat patrocinou diretamente a temporada final, enquanto a Cimed desenvolveu um hidratante labial inspirado na personagem Eleven, com aroma de waffle.
Essas ações demonstram como o universo de Stranger Things, incorporado ao cotidiano do consumidor brasileiro, amplia a relevância da série e reforça a estratégia de licenciamento para maior engajamento.
Online e offline, imersivo.
O grande mérito da campanha foi seu mix bem calibrado entre canais físicos, digitais e experiências imersivas. Nas ruas, instalações e lojas tematizadas transportaram o público para dentro da série, assim como produtos com embalagens personalizadas.
No digital, trailers, teasers e redes sociais movimentadas. Colaborações com marcas e influenciadores de consumo trouxeram o mundo de Hawkins para todos. Essa combinação deu profundidade à campanha, permitindo que os fãs vivessem Stranger Things em múltiplos formatos e ambientes, aumentando o tempo de exposição e o envolvimento emocional.
Todos os cenários
A escala da campanha foi monumental. Instalações em cidades ao redor do mundo não só geraram visibilidade espontânea como criaram momentos compartilháveis que viralizaram. No Brasil, o uso da nostalgia dos anos 80 foi um recurso usado para conectar emocionalmente o público e fortalecer o storytelling da série.
Embora a estratégia seja global, a execução precisa ter relevância cultural em cada mercado, como foi o caso do Brasil. O funil de ativação precisa ser estendido, com várias etapas de engajamento antes, durante e depois do lançamento. O consumidor está em todos os lugares, a Netflix entendeu isso e ocupou todos os cenários, físico, digital, emocional, social, todos com consistência e criatividade.







