Marketing não é acidente: personalização é estratégia
De artistas a marcas globais, o futuro da comunicação está em falar certo com a pessoa certa.
O fim das mensagens genéricas
O público já não compra mais discursos “para todos”. Campanhas genéricas se perdem no barulho digital, e consumidores passaram a valorizar mensagens que falam diretamente com suas dores, desejos e contextos.
Segundo estudo da McKinsey, 71% dos consumidores esperam experiências personalizadas, e 76% se frustram quando não recebem esse nível de atenção. Empresas que apostam em personalização em escala registram aumento médio de 10 a 20% na receita — um dado que deixa claro: hoje, não personalizar é perder oportunidades.
Exemplos que inspiram estratégia
Artistas que viraram marcas, e marcas que viraram cultura:
Tyler, The Creator construiu uma identidade que vai além da música: estética, comportamento e projetos paralelos, como a marca Golf Wang e o festival Camp Flog Gnaw, criaram uma comunidade que se reconhece nele.
The Weeknd transforma seus lançamentos em movimentos culturais, unindo narrativa visual, storytelling e estética coesa. Cada álbum é mais do que som, é experiência.
Harry Styles ultrapassou a música e se consolidou como um ícone de autenticidade e moda. Suas escolhas estéticas, sempre ousadas e consistentes, o transformaram em referência global de estilo e em catalisador de uma comunidade altamente engajada, que se identifica com sua liberdade criativa e influência cultural no universo fashion.
No mundo das marcas:
Coca-Cola, com o “Share a Coke”, personalizou embalagens com nomes, gerando proximidade imediata. Resultado? Aumento de 7% nas vendas entre jovens adultos no primeiro ano da campanha.
Netflix elevou a personalização ao máximo: capas diferentes para cada série de acordo com o perfil do usuário. Isso aumentou em até 80% as chances de clique e reduziu a queda da base ativa de usuários.
Esses exemplos mostram como personalização virou estratégia central, não detalhe.
O risco de campanhas sem identidade
Nem todo case entra para a história como exemplo positivo. Alguns mostram justamente o contrário: o risco de apostar em mensagens genéricas e desconectadas do público.
Um dos maiores tropeços recentes foi a campanha da Pepsi com Kendall Jenner (2017). A marca tentou surfar na onda de movimentos sociais e de justiça racial, mas entregou uma narrativa rasa, em que a modelo “resolvia” um protesto simplesmente oferecendo uma lata de refrigerante a policiais. O público enxergou oportunismo e insensibilidade. O resultado foi um backlash imediato, críticas globais e a retirada do anúncio do ar em menos de 48 horas. O que era para ser universal virou um desastre de branding por falta de autenticidade.
Outro exemplo vem das campanhas de Black Friday genéricas, que durante anos se resumiram a outdoors e anúncios repetitivos com o mesmo slogan: “Tudo com desconto! Aproveite!”. Sem personalização ou conexão real com o consumidor, essas campanhas jogaram marcas na mesma guerra de preços, sem diferenciação. No fim, ganhava quem oferecia o maior desconto, não quem entregava uma narrativa convincente.
O novo código do marketing
Marcas que insistem em fórmulas genéricas acabam desperdiçando mídia e atenção. E-mails que começam com “Olá, cliente” ou campanhas que ignoram o contexto cultural são rapidamente descartados. Resultado: engajamento baixo, percepção negativa e dinheiro perdido.
Falar para todos = ser ignorado.
Falar com propósito = diferencial competitivo.
Marcas e criadores que entendem o público, seu contexto e suas dores, conquistam relevância.
A soma é simples: estratégia clara + identidade firme + escuta ativa = fãs fiéis, não apenas consumidores.
No fim, personalização não é sobre estética ou conveniência. É sobre construir conexões reais que transformam clientes em comunidades vivas.