Mídia em movimento: como ônibus e motoboys estão redefinindo o OOH em São Paulo.
Novos formatos de publicidade móvel ganham as ruas da capital paulista, combinando inovação, alcance e inteligência urbana.
Fala, pessoal!
Se tem um território que está em plena transformação no marketing brasileiro é o da mídia out-of-home (OOH). Com o avanço da tecnologia, a popularização dos dados em tempo real e a busca por alternativas à saturação digital, a publicidade nas ruas está ganhando novas formas — e São Paulo, como sempre, serve de vitrine para o que está por vir.
Duas iniciativas recentes reforçam esse movimento e mostram como criatividade, mobilidade e inteligência urbana estão redesenhando o papel do OOH: o AdsMoto, lançado pela Adsplay, e a expansão das telas digitais nos ônibus da capital pela C2R|Maely. Vamos entender o que isso significa para as marcas e para quem planeja mídia em ambientes urbanos.
AdsMoto: a mídia que circula com os entregadores
Inspirado nos icônicos painéis luminosos dos táxis de Nova York, o AdsMoto é uma proposta da Adsplay que transforma os baús de entrega de motoboys em painéis de LED dinâmicos. Mas o diferencial está na tecnologia embarcada e na lógica de circulação: a cada pedido de entrega recebido, o anúncio da marca percorre a cidade junto com o entregador — com rotas reais, impacto visual direto e presença em bairros estratégicos.
Quem está por trás dessa sacada é a diretora de marketing da Adsplay, Júlia Greghi, que teve a ideia ao ver um motoboy improvisar uma tela em seu baú. O insight foi direto: por que não padronizar isso, usando telas de alta qualidade e transformando a rotina dos entregadores em uma nova frente de mídia urbana?
A proposta não infringe a Lei Cidade Limpa, pois se trata de um veículo de carga — o que garante viabilidade jurídica ao modelo. Hoje, o AdsMoto opera exclusivamente na cidade de São Paulo, mas já há planos de expansão para praças como Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Curitiba.
Ônibus digitais: C2R|Maely leva tecnologia embarcada ao transporte público
Enquanto os motoboys criam presença visual nas calçadas e ruas menores, os ônibus da capital paulista estão sendo transformados em verdadeiras telas ambulantes. A empresa C2R|Maely, conhecida por sua atuação em mídia digital OOH, já instalou mais de 2.700 painéis do modelo B-AIR em veículos do consórcio Transvida e está em negociação com outras operadoras para ampliar sua atuação.
A meta ambiciosa é atingir 30 mil painéis instalados até dezembro, consolidando um novo ecossistema de mídia móvel com grande capilaridade. Esses painéis funcionam com inteligência de dados, permitindo ajustes de conteúdo conforme horário, localização e público predominante, o que transforma cada ônibus em uma plataforma de comunicação altamente estratégica.
Mobilidade, dados e criatividade: o novo OOH já chegou
O que essas duas iniciativas têm em comum — e por que merecem nossa atenção? A resposta está no tripé que vem definindo o novo cenário da publicidade urbana: mobilidade, segmentação e integração com dados.
Marcas que anunciam nessas plataformas não estão apenas comprando visibilidade: estão adquirindo capacidade de comunicar com relevância em tempo real, explorando rotas urbanas com inteligência, evitando zonas proibidas pela legislação e criando experiências de marca dinâmicas e memoráveis.
Além disso, essas soluções representam uma evolução importante para o setor: elas ressignificam a mídia tradicional sem perder o contato direto com o espaço urbano. Em vez de disputar cliques, elas apostam no impacto físico, visual e contextual.
Conclusão: da rua para a estratégia de marca
A cidade de São Paulo está se tornando um verdadeiro laboratório de mídia viva — onde o que se move, comunica. E esse movimento não é só físico, é simbólico: representa a reinvenção de um canal tradicional a partir da tecnologia, da criatividade e da capacidade de se adaptar ao fluxo real das pessoas.
Para os profissionais de marketing, mídia e branding, fica o recado: quem quiser se destacar no OOH precisa olhar além do outdoor. O futuro está nos cruzamentos, nos corredores de ônibus, nos motoboys que fazem o delivery acontecer e, principalmente, na capacidade de estar presente onde o público está — com propósito, precisão e impacto.